segunda-feira, 4 de maio de 2009
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Ellen
Origem: EUA
N.º de Temporadas: 5
Elenco: Ellen DeGeneres, Joely Fisher, Jeremy Piven, David Anthony Higgins, Clea Lewis, Arye Gross, Holly Fulger, Maggie Wheeler.
A personagem principal é Ellen Morgan, - interpretada pela comediante Ellen DeGeneres -, uma neurótica dona de uma livraria nos seus trinta e poucos anos de idade. A serie mostrava os problemas de Ellen com seus amigos, com a sua família e o seu quotidiano, tendo sido exibida em Portugal pela Rtp2.
Em 1997, Ellen fez história na televisão quando ambas, personagem e actriz, se assumiram como homossexuais. Em 2003, Ellen DeGeneres voltou à fazer sucesso na televisão após a estreia de seu aclamado talk show.
Máfia, de Saltos Altos!
The L Word
Uma série que se refere ao quotidiano sáfico de forma sensível e bem-humorada e que nos dá um retrato honesto de um grupo de mulheres que procuram o sucesso pessoal e profissional num mundo determinado em julgá-las. Em Portugal o canal generalista que transmite a série é a Rtp2.
Site oficial da série: http://www.thelwordonline.com/
Queer as Folk
Origem: EUA
N.º de Temporadas: 5
Elenco: Gale Harold, Randy Harrison, Hal Sparks, Sharon Gless, Peter Paige, Scott Lowell, Thea Gill, Michelle Cluney
"Queer as Folk" é o nome das duas séries dramáticas de sucesso, criadas por Russell T. Davies.
O nome é uma brincadeira com um ditado inglês, de "nobody is so weird as folk" (ninguém é tão estranho como nós), para "nobody is so queer as folk" (ninguém é tão gay como nós).
A série original começou a ser produzida em 1999 pelo Red Production Company para o Canal 4 do Reino Unido.
A série adaptada foi uma co-produção Estados Unidos–Canadá e começou a ser transmitida em 2000. Em Portugal, a série foi exibida pela TVI.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Campanha publicitária
Campanha publicitária portuguesa de luta contra a discriminação de gays e lésbicas.
Origem: Associação ILGA Portugal
Vagabundos de Nós
Diogo nasce. Diogo cresce. Luísa observa-o em permanente sobressalto porque Diogo é diferente nas atitudes, nos gostos, na sensibilidade e nas amizades que procura. Diogo não pertence a nenhum lugar, sente-se perdido, não se identifica.
Luísa apercebe-se do sofrimento e dos permanentes conflitos íntimos do filho, mas tem relutância em admitir aquilo que sabe e que sempre soube. O seu instinto de protecção leva-a a construir com o filho um mundo a dois, isolado do restante núcleo familiar, um mundo que ambos partilham e percorrem numa autêntica via dolorosa. No diálogo franco e livre que sempre mantiveram, só tardiamente as palavras cruamente descodificadoras de tanta amargura aconteceram: Mãe, sou homossexual.
Diogo, que fazer quando nos sentimos diferentes? Luísa, como gerir a tua frustração, a dor infinita que te consome ao tomares consciência de que este filho tão amado nunca te dará os netos que adorarias ter, e que cultural e socialmente sabes representarem o paradigma da continuidade da família? Será suficiente a tua quase inesgotável capacidade de compreensão, de paciência e de amor?
Este livro foi adaptado a uma peça de teatro que esteve em cena, no Teatro Maria Matos, de 17 de Março de 2004 a 18 de Abril de Abril de 2004, sendo vista por cerca de 6000 pessoas. Os actores da peça foram a Márcia Breia e o Nuno Lopes. A encenação foi de Luís Osório.
Os Sinais do Medo
A Alma Trocada
É um lugar comum dizer-se que determinada orientação sexual não é uma escolha, porque, se fosse, ninguém escolheria o caminho mais difícil. Foi esse caminho mais difícil que Teófilo teve de percorrer, desde a incompatibilidade com os pais, aos desencontros dentro de si próprio, chegando mesmo a acreditar que alguém lhe tinha trocado a alma...
Aos 26 anos decide sair do armário, perante a aparente indiferença da “noiva”, a cumplicidade da avó Jacinta (uma matriarca alentejana), o desespero da mãe e o ódio do pai.
Anos a fio a suportar o peso das normas, a pressão social, os equívocos da “normalidade”, em terreno sempre escorregadio, desde o dia longínquo em que descobriu o «rasgão no peito». Descoberta abrupta, à beira dos 13 anos, quando surpreende o Tinito, cinco anos mais velho, a masturbar-se: «foi quando vi o Tinito, todo nu, entretido com o seu próprio membro [...] a deliciar-se com o seu rapidíssimo jogo de mão.» Segue-se a iniciação às mãos do referido Tinito, cigano bem-parecido criado em casa da avó Jacinta. Nesse dia percebeu.
Mas quem o faz enfrentar a família e a sociedade é outro homem, Hugo, um advogado jovem sem problemas identitários. A acção do romance divide-se entre Lisboa, o Estoril (onde Teófilo e Hugo arranjam casa) e o monte alentejano da avó Jacinta, com rápida digressão parisiense, em ambiente burguês, com apontamentos certeiros sobre tiques, hábitos e costumes das classes médias urbanas. A fluência narrativa não tropeça no sexo: «Cala-te, patrão. Não digas nada se não queres ser violado à bruta. [...] Só sei que lhe gritei uma vez e outra e outra vez, amo-te estúpido, amo-te animal, amo-te cabrão, filho da puta, cigano de merda, meu amor.» Passa-se isto quando, já casado e pai de filhos, Tinito leva Teófilo a trair Hugo, seu companheiro.
Raquel, a “noiva” rejeitada, está na origem de uma sucessão de crimes: rouba os manuscritos de Teófilo, fazendo-os publicar com outro nome; encomenda o seu atropelamento; e depois o sequestro de uma criança. Acaba presa. Estas e outras peripécias dão colorido à acção.
Rosa Lobato de Faria aborda, desta vez, um tema diferente – o tema da homossexualidade masculina –, num romance que, mantendo embora o tom poético que sempre tem caracterizado as criações da autora, se arrisca por caminhos até aqui pouco explorados na ficção portuguesa. Ouvida por Isabel Coutinho para o dossiê sobre ficção gay portuguesa que o Ípsilon publicou a 24 de Agosto, Rosa Lobato de Faria afirmou que "Nunca me passaria pela cabeça escrever um livro para o inserir num género (...) Não há diferença entre este e os outros romances. Gostei daquele homem cheio de fragilidades porque não o deixaram crescer como ele devia ter crescido. É um homem que me é simpático".
Sempre como n'Areia
Género: Romance
Os Anjos de Gabriel
Loving Annabelle
Ano: 2006
Duração: 76 m
Género: Drama, Romance
País de Origem: EUA
Realização: Katherine Brooks
Intérpretes: Erin Kelly, Diane Gaidry, Laura Breckenridge, Michelle Horn, Gustine Fudickar, Ilene Graff, Markus Flanagan, Karen Teliha
"Porque quando nos apaixonamos, entramos num estado de demência temporária..."
Simone Bradley (Diane Gaidry) é uma jovem professora de poesia que encontra paz e segurança, entre os muros do colégio. Tem uma vida morna, sem paixão maior do que aquela que dedica à educação das suas alunas. Procura ter uma vida sem problemas e talvez seja por isso que insiste em suportar uma relação que, sabe bem, não a levará a lado nenhum.
Annabelle (Erin Kelly) é a nova estudante, mandada para o colégio pela mãe, uma notável Senadora, como meio de reabilitação para o seu comportamento rebelde. Não é, contudo, apresentada como a típica indisciplinada, mal-educada e afins. É uma jovem determinada, persistente, sensível, doce e inteligente. Tal comportamento, aparentemente desregrado, exige que Miss Bradley, que além de professora é também a responsável pelo dormitório de Annabelle, lhe dedique uma maior atenção. Contudo, rapidamente a professora percebe que o verdadeiro desafio não é disciplinar o comportamento de Annabelle, mas sim disciplinar a atração que vai crescendo entre ambas.
"Loving Annabelle" explora a complexidade do amor e as batalhas interiores que sempre ocorrem. Mostra a indomabilidade de sentimentos tão poderosos. Mostra, especialmente, que há riscos que valem a pena correr...
Trailer:
Lost and Delirious
Titulo Adaptado: A outra metade do amor
Ano: 2001
Duração: 90 m
Género: Romance, Drama
País de Origem: Canadá
Realização: Léa Pool
Intérpretes: Piper Perabo, Jessica Pare, Mischa Barton, Jackie Burroughs, Graham Greene, Mimi Kuzyk.
A outra metade do amor é um comovente conto sobre a procura da identidade própria, o culto secreto do amor e a sexualidade de três adolescentes. Da rotina estudantil, das saudades de casa e das tolices próprias das adolescentes, a história passa rapidamente para as zonas mais obscuras da intriga amorosa. Quando descobre que Paula e Tori são amantes, Mouse vê-se de subito no papel de cúmplice e confidente. O trio está determinado em manter a sua independência apesar das regras rígidas de um colégio interno de raparigas, cercado por uma floresta luxuriante e verde.
O filme é uma história poderosa com interpretações inesquecíveis: Pauline (Piper Perabo), Tori (Jessica Paré) e Maube (Mischa Barton). "A Outra Metade do Amor" é baseado no romance de "The Wives of Bath" de Susan Swan.
Trailer:
Kinsey
Titulo Adaptado: Relatório Kinsey
Ano: 2004
Duração:118 m
Género: Drama
País de Origem:EUA
Realização:Bill Condon
Intérpretes:Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, Peter Sarsgaard, Timothy Hutton, John Lithgow
A vida por trás dos muito citados 'Estudos de Kinsey' sobre a sexualidade humana em geral incluindo a orientação sexual. A vida pessoa de Kinsey, o contexto histórico e as suas pesquisas (incluindo as suas limitações científicas) num filme que nos leva a pensar: se estavamos assim em 1950, porque estamos parados agora?
Imagine me & you
Titulo Adaptado: Imagina Só ...
Realização:Ol Parker
Intérpretes:Piper Perabo, Lena Headey, Matthew Goode, Celia Imrie, Anthony Head, Darren Boyd, Sue Johnston, Boo Jackson, Sharon Horgan, Eva Birthistle, Vinette Robinson, Ben Miles, John Thompson.
E se a noiva tiver dúvidas?
"O caminho para o amor não se faz sempre a direito..." -Total Film
Heck e Rachel são um jovem casal, prestes o iniciar uma vida em comum, quando um encontro inesperado vira do avesso o mundo de Rachel. O que se segue é a viagem romântica, hilariante e por vezes difícil que é familiar o todas as pessoas que alguma vez experimentaram o amor à primeira vista. E se descobrisse de um momento para o outro que a pessoa com quem está destinada a passar o resto da vida pode não ser o namorado, mas alguém perfeitamente desconhecido? Uma cintilante comédia romântica, estreia na realização o aclamado argumentista Ol Parker, mostrando que o caminho para o verdadeiro amor pode não ser exactamente aquele em que sempre pensou...
Imagina Só é uma história de uma rapariga que se apaixona no dia do seu casamento... mas não pelo noivo. Heck (Matthew Goode) e Rachel (Piper Perabo) são um casal feliz e jovem prestes a começar uma vida em conjunto. Mas na Igreja, Rachel fica de olho num convidado inesperado. Naquele momento, ela percebe que talvez Heck não seja o tal. Claro que, eles não saberão de certeza se não tentarem. O que se segue é a viagem romântica e divertido, familiar para quem já teve sorte (ou azar) de estar sob o feitiço do amor.
E se tu descobres que a pessoa com quem estás destinada a passar o resto da tua vida não é o teu namorado mas um absoluto estranho? Os caminhos do verdadeiro amor nem sempre são lineares...
O Segredo de Brokeback Mountain
134m
M16
Realização: Ang Lee
Intérpretes: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Michelle Williams
Argumento: Larry McMurtry
Wyoming, 1963.
Ennis Del Mar e Jack Twist conhecem-se quando procuram emprego no rancho de Joe Aguirre.
Ambos parecem ter certezas quanto ao que querem da vida - um emprego estável, um casamento feliz e uma família constituída.
Quando Aguirre destaca Ennis e Jack para trabalharem na remota região de Brokeback Mountain, os dois jovens sentem-se unidos por uma força maior que resulta numa relação de camaradagem e intimidade profunda.
Trailer:
Site oficial de O Segredo de Brokeback Mountain : http://www.brokebackmountain.com/
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Sean Penn vence óscar de melhor actor com o filme "Milk"
Género: Biografia
País: Estados Unidos - Ano 2008 Duração 128m
Intérpretes: Diego Luna, Emile Hirsch, James Franco, Josh Brolin, Sean Penn
Argumento: Dustin Lance Black
Realização: Gus Van Sant
Cansado de se esconder de si próprio, Harvey abandona o seu bem remunerado emprego em Wall Street e decide "sair do armário", mudando-se para o distrito Castro em São Francisco com o seu amante de longa data, Scott Smith. Na comunidade colorida de Castro, pequenas vitórias conduzem a outras maiores e Harvey ao falar abertamente para uma maioria silenciosa, acaba por ser o primeiro politico assumidamente homossexual a ganhar umas eleições. Quando Harvey Milk foi assassinado em 1978, o mundo perdeu um dos seus líderes mais visionários e uma voz que se elevou corajosamente pela igualdade de direitos.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
PORTUGAL: Igreja Católica diz que não vai apelar ao voto contra o PS
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Violência doméstica uma realidade transversal
São já mais que muitos os relatos de violência doméstica entre pessoas do mesmo sexo.A questão aqui é que estes casos não são tratados em separado e por isso Portugal não dispõe de estatísticas neste sentido.Contudo no Reino Unido que o estudo é realizado em duas frentes, os números de violência doméstica entre pessoas do mesmo sexo é de 22% entre as mulheres e 29% entre os homens.Já os resultados vindos do outro lado do oceano diz-nos que 11% das lésbicas dos EUA sofreram um qualquer tipo de violência doméstica, enquanto nos homossexuais masculinos a percentagem é de 15%, estes números contra os 30% registados em casais heterossexuais.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
homoparentais. Igualmente, quanto menos provisão legal exista, menos parece haver uma cultura de como fazer e proceder em situações de disputa de paternidade entre gays e lésbicas, assistindo-se ao recurso ou à normatividade legal, ou à normatividade moral (e necessariamente heteronormativa, androcêntrica e patrilinear) a ela associada. Esta realidade denota-se ainda das páginas dos manuais sobre homoparentalidade, produzidos pela comunidade LGBT de alguns países, onde é comum encontrar-se avisos e conselhos sobre este tipo de problema.
Portugal é uma sociedade que atravessa um momento de forte ambiguidade. Por um lado, e no contexto europeu, a democracia portuguesa não atingiu o nível avançado na política sexual já atingido pela Espanha; por outro lado, não se encontra numa situação de homofobia institucionalizada como em alguns países da Europa, quer do Sul, quer do Leste. Do lado positivo, Portugal dispõe de uma lei das uniões de facto, de uma constituição que proíbe explicitamente a discriminação por orientação sexual, e de um debate público e político que certamente conduzirá à legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Do lado negativo, Portugal, além de ainda não ter essa igualdade formal no casamento, tem uma ressalva negativa em relação à adopção por casais homossexuais e na sua lei de procriação medicamente assistida veda o acesso por parte de mulheres sozinhas e por casais de mulheres.
Tal não tem impedido a reprodução entre as pessoas e casais homossexuais.
Além dos muitos casos de filhos tidos em relações heterossexuais anteriores, os gays e as lésbicas portugueses têm recorrido a formas de reprodução que passam sobretudo pelas seguintes estratégias: o recurso à procriação medicamente assistida no estrangeiro, sobretudo em Espanha, por parte das mulheres; o recurso a um dador amigo, com ou sem definição de futuro envolvimento parental deste; projectos de co-parentalidade, com um/a amigo/a ou casal; o recurso à adopção singular com ocultamento da (ou prévio à) existência de um/a parceiro/a.
É fácil imaginar as complicações que podem advir do quadro legal existente. É bem mais fácil produzir fisicamente uma criança do que (re)produzir um quadro de parentalidade e convivência familiar posterior ao nascimento da criança. Essas dificuldades prendem-se, por um lado, com o quadro legal e, por outro, com a dinâmica familiar e parental que o nascimento de uma criança espoleta, e que depende de múltiplos factores, que vão desde a gestão dos aspectos práticos da vida até às qualidades específicas das relações de amizade, afectividade e conjugalidade das pessoas envolvidas. (…)”
Miguel Vale de Almeida
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
O que mudou na vida dos casais?
A relação no tratamento dos filhos, nos EUA, é de quase cinco para um, entre mulher e marido. (...) Numa família em que a mãe fica em casa e o pai trabalha fora, ela passa 15 horas por semana a tratar dos filhos e ele 2. Nas famílias em que ambos os pais são assalariados, a média da mãe desce para 11 horas e a do pai sobe para 3. «O mais impressionante - diz Blair - é que nada disto é muito diferente de há 90 anos». (...)
«Os casais heterossexuais têm muito a aprender com os casais `gays´a respeito da partilha das tarefas domésticas e de tratamento dos filhos», defende Esther D. Rothblum, professora no departamento de Estudos Femininos da Universidade Estatal de San Diego. O seu estudo comparativo do relacionamento em 342 casais - lésbicos, homossexuais e heterossexuais (...) «[Os casais homossexuais] são bons modelos». (...) O estudo encontrou muito pouca da desigualdade que aparece quando são heterossexuais a responder. (...) «os pais heterossexuais atiram culpas um ao outro sobre o não cumprimento de responsabilidades, as mães lésbicas digladiam-se por não estarem tempo suficiente com os filhos.» (...)"
As imobiliárias da comunidade gay
NOVA MENTALIDADE EMPRESARIAL
Além do imobiliário, há em Portugal outras áreas empresariais que já procuram clientes entre a comunidade LGBT. A propósito, Andreia Melo dá exemplos de uma empresa de eventos, da nova revista LGBT portuguesa Com´Out e da versão lisboeta da revista Time Out, que tem uma secção especializada. Para a agente imobiliária, «o ano de 2008 foi de mudança de mentalidades, o que implica uma nova atitude empresarial».
Mas a generalidade das grandes marcas e empresas ainda não consideram a comunidade LGBT como um segmento de mercado. «Não faz sempre sentido esse tipo de segmentação, porque [a comunidade LGBT], muitas vezes, não tem necessidades diferentes», diz o publicitário Tiago Viegas, 30 anos, director criativo na Brandia Central. Já o presidente da ILGA - associação de defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgénero -, Paulo Côrte-Real, explica esse tipo de oferta com o facto de haver «vários campos em que infelizmente [ainda] é necessária uma segurança adicional para que as pessoas LGBT tenham acesso a serviços». Este activista e economista de 34 anos fala em queixas de discriminação de consumidores gays -por exemplo no acesso a empréstimos bancários - e diz que acaba por haver em alguns casos «relutância em procurar sequer aceder aos serviços, com medo de uma eventual negação em função da orientação sexual». Com a dupla RE/MAX LGBT não há esse perigo. E todos os clientes são bem tratados, mesmo que sejam heterossexuais. Senão, diz Andreia Melo, «seria discriminação»."
"COME OUTS' VISÍVEIS"
A opinião de José Garrucho não é partilhada por Miguel Vale de Almeida,48 anos, antropólogo, especialista em questões de género e sexualidade. Diz ele que «a televisão deverá estar atenta aos elementos da sociedade e aos assuntos que são menos visíveis.» No caso Português, Vale de Almeida considera que os programas televisivos têm vindo a reagir à pressão positiva do movimento Lésbico Gay e Transsexual (LGBT) no sentido dessa visibilidade.
Em Setembro de 2005, o movimento teve o seu maior período de apoteose. A Sic estreou, em horário nobre " Esquadrão G" um reality show baseado num formato americano (Queer Eye for the straight Guy). Nele as estrelas do programa- João Ribeiro, Jorge Correia de Campos, Óscar Reis, Paulo Piteira e Pedro Crispim -, gays assumidos tentaram mudar machos latinos no sentido de fazer as suas mulheres mais felizes.
De cada vez que uma figura pública sai do armário sem que isso afecte a sua imagem dá-se mais um passo em frente. Lembre-se dos casos de Solange- F , ex-apresentadora do " Curto Circuito" e agora membro da Tertúlia cor-de-rosa no programa Fátima (SIC), ou Manuel Luís Goucha que recentemente deu uma entrevista dizendo que o seu companheiro é a pessoa de quem mais gosta, a seguir à sua mãe. Sem ser 100% explícito, terá feito mais com estas declarações do que alguns papéis de ficção.
Estereótipos, NÃO, OBRIGADA!!
Águas passadas... hoje, a realidade é outra. António Serzedelo, 63 anos, fundador e presidente da Opus Gay e um dos mais antigos militantes da causa homossexual não duvida : « Estamos num outro patamar. Quando a televisão trata das uniões de facto ou das adopções de uma forma positiva, provoca nas pessoas uma abertura para aceitar mais facilmente essas questões.»
Mas nem tudo são rosas, ou não estivesse em Portugal atrasado em relação ao estrangeiro e só agora a dirigir-se para o caminho das séries Norte-Americanas - em quase todas as produções há, pelo menos, um personagem gay que pode mesmo assumir o protagonismo da história. Serzedelo nota a falha nacional: «Ainda existe algum folclore, estereotipando a figura do homossexual.»
Em " Podia Acabar o Mundo", a mesma novela em que Diana Chaves e Ana Guiommar se vão beijar lá mais para Janeiro, Geraldo Álvares (Gonçalo Dinis) protagoniza esse estereótipo. Num misto de " bicha" e "snob", anda de calças vermelhas, bamboleia-se, fala de forma afectada. Manuel Arouca, 53 anos, o argumentista da novela resume: «Ele tem uma homossexualidade mal resolvida.»"
Quem somos?
Escolhemos elaborar um projecto que se incida na temática da Homossexualidade porque sabemos bem que é um assunto actual e que, em Portugal ainda é tabu. Porque acreditamos que podemos fazer um pequeno contributo para fazer evoluir a sociedade no que toca a respeitar os outros e a todas as suas diferenças, a quebrar estereótipos que todos temos, a defender a igualdade - porque todos somos cidadãos do mesmo país, e, por agora, apenas temos os mesmos deveres… Cremos que podemos ajudar familiares, amigos e jovens homossexuais a entender melhor esta sua orientação sexual. Achamos que a escola também serve para educar e formar, e, por isso mesmo, vimos aqui uma oportunidade onde podemos auxiliar nessa tarefa.
Sabemos que este ainda é um tema bastante controverso, mas, como já referi, pretendemos “abrir mentalidades”. Gostamos de situações polémicas porque gostamos de ajudar a enfrentar o que mais ninguém tem coragem/ ousadia de encarar. Gostamos de marcar diferença pela positiva, de fazer algo útil tendo plena consciência de que será tarefa árdua.
Denominámos o nosso projecto por “Uma Sociedade Heterogénea” porque achámos que este seria o título que mais se enquadraria no trabalho que pretendíamos realizar. Este título surgiu porque vivemos numa sociedade onde todos somos diferentes, temos diferentes culturas, religiões, clubes, políticas, e, também, diferentes orientações sexuais (nem todos os membros da nossa sociedade se sentem preferencialmente atraídos física, emocional e espiritualmente por pessoas do sexo oposto). Vivemos assim numa sociedade heterogénea onde a condição de homossexual é uma minoria (e por vezes discriminada).